segunda-feira, março 30, 2009
Freud e o falo invisível
Nunca conversa telefônica, dessas intermináveis, mamãe disse que não nos ensinou, a mim e ao meu irmão, a ter ambição. O papo descambou pra um blá-blá-blá inútil (da minha parte) sobre valores, ética pessoal, qualidade de vida(s) e danação.Uma semana depois, o troço volta à tona. Dessa vez, dentro de mim mess. Fiquei pensando se devo desconsiderar, deletar e esquecer, completa e definitivamente o assunto ou levar pro divã. O caminho do meio (e o que leva ao divã, no fim das contas) é uma punheteação mental fudida (como toda punheteação mental) sobre valores, ética pessoal, qualidade de vida(s) e danação.
Nenhum desses caminhos é fácil, sobretudo o primeiro - de socar o troço mastigado e não engolido em baús de madeira ferro & couro - cheio de "flestras" - e jogar em rios de águas rasas que transbodam na primeira chuva mais fortinha.
Vai pro divã ou não vai pro divã Lombardi? RA-RAI!
No próxima episódio do programa "Se é pra fuder, que comece me beijando": das mães, suas palavras e seus poderes. Acompanhado da sessão comentada de "O clube da felicidade e da sorte".
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É quase um desaforo, mas eu sei: não é a mim que eles procuram. Nem esses (MELHOR BUSCA DO TRIMESTRE! vejam bem, mas beeem direitinho, confiram todas as referências cruzadas e me digam: eu não mereço, né? não, eu não mereço. Sai capeta!)
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sexta-feira, março 27, 2009
curtas
Melhor forma de aproveitar um dia de folga: acordar uma hora depois do que você costuma acordar, tomar um banho demorado, almoçar com o marido, comprar calcinha nas Americanas, não conseguir resolver nada que queria e precisava no centro da cidade, voltar correndo pra casa pra ouvir Os Doces Bárbaros, bem alto, dançando, toda gal, como se não houvesse amanhã, enquanto faz nada que preste e espera o dia terminar de passar....
Fiquei chocada quando recebi o link e me dei conta: ele tem mesmo um blog...
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As pessoas enxergam só o que querem ver e tiram suas próprias conclusões sobre as coisas, da maneira que melhor lhes convém. (não, eu não me excluo desse coletivo "pessoas")
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No dia que eu encontrar o Oscar Quiroga ele vai levar umas biabas.
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MonoMulti participa da Hora do Planeta. Amanhã, entre 20h30 e 21h30, esse blog apagará todas as suas luzes em favor do meio ambiente.
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Veje o vídeo:
Cante xunto:
Com amor no coração
Preparamos a invasão
Cheios de felicidade
Entramos na cidade amada
Peixe-espada, peixe luz
Doce bárbaro, Jesus
Sabe bem quem né otário
Peixe No aquário nada
ALTO ASTRAL, ALTA TRANSAS, LINDAS CANÇÕES
AFOXÉ, ASTRONAVES, AVES, CORDÕES
Avançando através dos grossos portões
Nossos planos são muito bons
Com a espada de Ogum
E a benção de Olorum
Como um raio de Iansã
Rasgamos a manhã vermelha
Tudo ainda é tal e qual
E no entanto nada igual
Nós cantamos de verdade
E é sempre outra cidade velha
Alegria e felicidade pura: ADORO, ADORO e ADORO!
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Máxima do dia: faça piada de si mesmo(a) antes que alguém o faça.
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quarta-feira, março 25, 2009
a vida do peão
Ache Joelma nas fotos acima e ganhe uma linguiça sem trema. (é beeeem fácil: é só procurar pelos óclão e pelo all star vermelho. não tem erro. é batata!)
Mandei essas imagens pro Sete Sete outro dia e ele respondeu:
"eu sei que é o seu trabalho, mas você parece aqueles papagaios de pirata que ficam tentando aparecer nas fotos"
Dá pra você? Seu próprio marido? Porque pra mim, não dá.
Sim, essa é a vida agro-rural do peão de janeiro a março de 2009. Às vezes, me sinto tão inútil quanto o Kevin Costner em O Guarda-Costas, mas, ei!, ele era bem útil protegendo a Whitney dos perigos de um stlaker maluco, não era? Inútil era a Whitney. Então, me sinto que nem a Whitney, porém sem o glamu, a chapinha e o vozeirão: enaleisloviuuuuuuuuuuuuuuu....
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Enquanto isso, no Chamego Center... eu lá no fim do mundo trabalhando de leão de chácara, o 77 me liga:
- Amor, fiz melhorias domésticas.
- Ãnh?
- Comprei um som novo pro carro, com entrada USB.
- ...
- Usando o seu cadastro no Submarino!
É como eu sempre digo: Cássia e Nando estavam certíssimos quando cantaram que o mundo estava ao contrário e ninguém reparou.
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De qualquer forma, eu gosto muito de estar em casa de novo com tudo funcionando perfeitamente bem, praguejando pela manhã porque a descarga tem problemas e levando cano da faxineira, que diz que volta no dia seguinte pra passar a roupa. Mas não volta.
É tão bom estar em casa, né Dorothy?
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Trilha sonora acidental: "Vou chorar, desculpe, mas eu vou chorar" do Leandro e Leonardo. Ou vice-versa.
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segunda-feira, março 23, 2009
é sobre satisfação/realização
Houve um longo período, não muito distante, em que eu costumava dizer, até para quem costumava nem perguntar, que meu sonho profissional era viver de rendas (de bufunfas, não de tecidos).Ainda estou superando essa fase.
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(do estar ausente de si mesmo)
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Pergunta retórica do dia: alguma vez, alguém já te disse coisas horríveis sobre vocezinha própria e vocezinha aí já foi obrigada a balançar a cabeça, pra cima e pra baixo, concordando com cada dura palavrinha?
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Enquanto isso, no domingo, fazendo compras no Seu Zaffari... Isabelita, a primeira-dama cantôura, BERRAVA nos zauto falante: "portalegre me faz / tão sentimentaaaaaaaal...". Vontade de sentar, entre o corredor do papel higiênico e o do feijão carioca, e chorar baixinho, baixinho: eu também, Isabelita, eu também...
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sexta-feira, março 20, 2009
é sucesso? é sucessão!
Oiça a musca:Cante xunto:
"Eu moro aqui, você mora aí.
Estamos tão longe,será que vai dar certo?
Nessa distância, dá tanta saudade
você está lá, porque foi morar longe da minha cidade
Eu te amo,você me ama
A distância não vai impedir
E a minha grana gastei em cartão
Ligando toda noite pra ti
Tudo por amor...
Porto Alegre é longe, tô pegando o ônibus pra te encontrar
Eu tô indo pra aí, a saudade apertou até me fez chorar ( de novo!)
(solo de gaita!)
(de novo. e again e again e again até enjoar)"
Adoro! Adoro! Adoro de verdade. Sucesso absoluto em Fictor Craeff.
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enquanto isso no gtalk:
me: não aguento mais essa vida agro-rural
vanessabalula: deuzolivre
é capaz de vc se apegar num carrapato
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77: TÔ CHEGANDO!
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E pra comemorar o aniversário de 237 anos da minha Portalegre, tem show de Vitor Ramil amanhã na Praça da Alfândega e do Tenente Cascavel domingo, no Anfiteatro Pordosol. De graça! TÔ CHEGANDO PORTALEGRE!
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quarta-feira, março 18, 2009
drive boqueirão
Era pra eu ter voltado aqui nesse monomulti muito antes, com a terceira parte do Diário da Deusa. Mas eu falhei, né? Uma coisa sobre mim: eu sou altamente falhável, incrivelmente falível. Era pra eu ter voltado cheia de estórias de luxo, de glamour e decadência sobre como foram meus últimos momentos com Denize Barros e como, depois, eu fui entregue ao engenheiro Cráudio & cia. e nós tivemos uma linda tarde livre para compras, nos Jardins. E que no dia seguinte nós, muito finos, no maior estilo mayrink da veiga albuquerque e sá haddock lobo dos campos elísios, fomos todos pro Museu de Arte Sacra fazer carão pros santos barrocos. E que, depois de tudo isso, os meus queridos amigos me fizeram fazer uma visita a um quartel de polícia, de verdade, com camburão furado de bala no pátio e tudo, mas isso é uma longa estória que, não, não cabe aqui.Depois eu ia elocubrar sobre o ser, o nada, o talvez, o contudo e o todavia. E, sobretudo, sobre essa coisa assim toda delicada de ser/estar mulher.
Mas não deu.
Porque agora, meus amigos e amigas, eu estou bem aqui, na cidade de Não-Me-Toque, de volta à vida REAL (de realidade, não de realeza) e estar aqui, em Don't Touch Me City pela quinta ou sexta ou milésima vez consecutiva parece me soterrar em contradição, mas é o que faz a minha pacata vidinha fazer sentido. Entendam como quiserem.
Eu tinha um monte de coisas pra escrever nesse blog, me creiam. Mas, mais uma coisa sobre mim: eu sou uma pessoa que vive perdendo o timing e o bonde. Eu chego atrasada sem querer chegar. E essa azia me faz lembrar que ontem eu estive pela quinta ou sexta ou milésima vez no Festival Nacional da Cuca com Linguiça - primeiro ano sem trema! - de Victor Graeff, cidade da mais bela praça, enchendo o bucho de cuca, chopps quente e linguiça, obviamente. E, embora eu saiba que a piada já perdeu a graça, eu me diverti e ri de mim mesma do mesmo jeito.
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"Fico tomando essa cachaça / tomando um chá.
Me sinto um pouco decadente / um tanto quanto decadente...
Mas com estilo
Um pouco decadente
Mas com estilo
Alem disso eu nem progredi no meu blues tropicalista
No meu blues neo modernista
Na minha canção mais stereofônica
E eu gosto de Porto Alegre
E eu gosto de Porto Alegre
E eu gosto de Porto Alegre"
(Jupiter Maçã nunca fez tanto sentido)
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Terceira e última coisa sobre mim no post de hoje: eu sou uma pessoa comum, uma mulher dessas de mais de 30 com um monte de probleminhas bestas de ordem diversas - de falta de grana a chulé - comuns a uma mulher de mais de 30. Agora, vamos combinar assim: baixa auto-estima não, tá? Combinamos assim.
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A pergunta que ecoa e pede resposta: quem são os sobrinhos do Tio Hugo?
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quinta-feira, março 12, 2009
como uma deusa - parte dois
Vocês já foram tratadas como rainha?Eu já.
Depois do extreme make up over, Denize Barros, Rainha chefa, me carregou com ela, duas quadras, do atelier para sua - no caso dela - casa.
Eu não quero contar dinheiro na frente dos pobres não, viu? mas eu vou só dizer que Marcelo, El Rei, cozinhou pra mim macarrão com camarão e fomos felizes na hora do jantar harmonizado com vinho branco. Do bom.
Depois de me obrigar a tirar a maquiláge (eu queria dormir em pé e ficar para sempre forever daquele jeito, toda pintada), Denize me deu pantufas fofinhas e uma cama confortável no quarto de hóspedes real.
No café da manhã eu ganhei uma flor de papel e muito carinho de Teodoro, o Infante Herdeiro mais lindo e fofo e querido do mundo.
Aí pegamos a carruagem e fomos todos bater perna ni Sum Paulo. Cês não acreditam: Denize Barros, a Rainha, me levou na loja do Ronaldo Fraga. Em LIQUIDAÇÃO! Depois me levou pra pra comer acarajé e caldinho de feijão na Praça Benedito Calixto e me ajudou a escolher uns óculos vintage novos. Eu pagaria por isso. Uma rainha, só pra mim, me levando pra fazer compras na loja em liquidação do nosso estilista-fetiche preferido e escolhendo óculos pra mim: "esse ou esse?". Esse. Tudo isso com minha La Reina Madre nova a tiracolo.
Depois de tudo isso, nós duas ainda fomos nos borboletear na Luluzinha Camp na casa mais linda do mundo da Vila Madalena: a Cozinha da Matilde, da Letícia.
Eu queria mais o que?
Só mais um ensaio BAFO, com mais uma bolsa batizada em minha homenagem: a Elegant Big JoJo Valentina.
Agora eu vou ali fazer mais um press-release, alimentar minha úlcera e ter dois faniquitos. Volto depois com a terceira parte.
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segunda-feira, março 09, 2009
como uma deusa - parte I
Eu ia fazer um post em ordem cronológica contando como foi meu Dia de Rainha by La Reina Madre tim tim por tim tim. Como eu conheci todo o processo produtivo artesanal das bolsas La Reina, de como meus zoinhos brilharam quando eu vi, em primeira mão, aqueles tecidos exclusivos que vão virar as bolsas mais lindas do mundo, de como eu conheci as assistentes queridas da Rainha, sobre o atelier La Reina que é lindo de morrer...Mas eu vou poupar vocês dessa parte e vou pular pro momento em que Denize Barros abriu três malas de maquiláge (aqueles produtchenhos que as molheres matam e morrem, num sabem?) e me transformou adivinhem em quem? Em Bia! Eu parecia um pachá, bem sentada, bebericando champã e comendo bem casado, toda fina, enquanto Denize Barros me maquilava todinha, às quatro da tarde de uma sexta-feira mormacenta em São Bernardo do Campo.
Se fui pobre, não me lembro.
Só sei que depois da purpurina, lá fui eu pro paredão, de bolsão, oclão, carão e me joguei na carreira de MODELA MANEQUIM FOTOGRÁFICA.
Denize dizia: "olha pra cá", "levanta o queixo", "agora mostra a bolsa assim". Em menos de 10 minutos eu tinha certeza: nasci pra isso.
Vocês tem alguma dúvida que eu fiquei linda de marré, glamurosa, luxuosa e um espetáculo de mulher? Então vão lá olhar. Podem ir e confiram minha estreia sem acento como Bia. Só faltou o olho puxado.
De quebra, ganhei o direito de ter duas bolsas magavelousas batizadas com meu nominho: Jo Jo Black e Jo Jo Mui Rica.
Agora é só deitar na rede e esperar a fama, a glória, um iate na garagem e diamantes no cofre do banco. Porque os diamantes bla bla bla...
MINI MAKING OF DO EXTREME MAKEOVER:
Depois eu volto com a segunda parte da estória, que a estória tem segunda parte. Mas antes ums perguntinha pra você, amiga irmã caminhoneira shell:
Você acorda pra que?
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sexta-feira, março 06, 2009
zampa
Vou me embora pra Parsagada, lá sou amiga da Rainha...Finalmente, vou conhecer o atelier de Denize Barros, de onde saem aquelas bolsas e acessórios La Reina Madre magavelousos que todas nós já conhecemos e amamos, e terei meu próprio e particular "dia de Bia", ham-ham. Volto depois contando tuuuuudo.
Antes, vou ali na Liberdade abastecer minha dispensa de condimentos japa. No caminho vou tentar achar um óculos bem bonito e baratinho porque o meu espatifou-se ao cair e eu ainda pisar em cima num arroubo de emoção ao conhecer ao vivo e pessoalmente um produtor querido que já conheço há anos por telefone e e-mail.
Ontem foi o dia delícia de visitar as redações. E se tem uma coisa gostosa é visitar, falar e tocar nessa gente que convivo virtualmente o ano inteiro por telefone e e-mail, como essa moça, linda, de cabelos novos, coisa-mais-querida, como sempre.
Mas a vida de assessora de imprensa não é sempre uma jujuba vermelha no fundo do pacote. Taí Dudu Pacheco que não me deixa mentir (Jojô é a última, da direita, de faixa de bolinha na cabeça, tentando convencer a jornalista da revista Cláudia que seu - no caso meu - release é mais bonitinho e colorido).
...
Diversão de graça numa sexta-feira? JUPITER MAÇÃ, craro. veja o vídeo, cante a letra:
"Um sorvete com vocês"
(Jupiter Maçã)
Preciso andar com vocês
Tomar um sorvete com vocês
Preciso saber do Brasil
E da gente nua la no Rio
Pois todo compositor contemporâneo
Precisa conhecer átomo de urânio
Pois todo compositor contemporâneo..ahaha
As coisas mudaram agora
Ja falam em guerra lá fora
Preciso aprender a falar francês
Filmar Nova and Vogue outra vez
Sou pesquisador, sou gaúcho inglês
Preciso inspirar-me em vocês
Meu apartamentozinho em Santa Cecília
Cozinha pequena e pouca mobilia
Vizinho de Higienópolis melhor padaria..ahaha
As coisas mudaram agora
Tocaram minha mobilia pra fora
Que tal um choppinho lá no Copan?
Umas fotos turísticas no Terraço Itália
Que tal um choppinho lá no Copan?..ahaha
As coisas mudaram agora
Tocaram minha mobilia pra fora
Preciso andar com vocês
ps.:os grifos são meus, course
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terça-feira, março 03, 2009
“vai pra frente, vai pra trás e faz piuí”*
Quando desembarquei em São Paulo no sábado, meus anfitriões perguntaram se eu tinha algum plano ou programa específico pro final de semana e foram logo emendando: “nós queremos te levar amanhã pra uma cidadezinha chamada Paranapiacaba”. Meus olhinhos brilharam e eu disse “SIM!”, sem nem pensar muito bem, no maior estilo Jojo Topa Todas.Então, depois de um sábado quente pracaralhos fazendo coisas bacanas e cosmopolitas – como ir na feira da Benedito Calixto, meu lugar no mundo em Sampaulo; conhecer o Parque da Independência, onde dão Pedro proclamou, com desarranjo intestinal e tudo, a independência do vocês sabem o que, às margens do riacho Ipiranga, que eu também conheci; e barzin-botequim na vila Madá tomando drinks exóticos – nós acordamos cedo no domingão quente pá dedéu e fomos, em alegre bando, felizes e saltitantes, ouvindo antigos sucessos de artistas que sumiram no mundo sem avisar, como Beto Barbosa e Biafra, só pra ficar na letra B.
Momento guia quatro rodas on. Paranapiacaba é uma pequena e antiga vila com ares ingleses a 48 da capital paulista, que pertence ao município de Santo André. Surgiu pelos idos dos mil oitocentos e lá vai bolinha quando da implantação da primeira ferrovia paulista, construída pela companhia inglesa São Paulo Railway Co.
Ponto.
Turismo regional coisa linda.
Dizia no guia que o lugar era tão inglês que tinha até FOG. E eu juro por shiva e ganeshinha que quando a gente foi chegando, foi começando uma neblina, uma serração, um fumacê. Aquilo era FOG londrino puro, embora eu nunca tenha ido a Londres.
Aquela igrejinha no alto com aqueles santos todos, aquele calçamento, aquelas casinhas. Eu fui sendo tomada por uma simpatia miojo pela cidadela. Em três minutos eu já queria chamar Paranapiacaba de minha, botar no bolso e levar pra casa. E nós nem tínhamos começado a ver tudo.
Pra começar, eles têm uma réplica do Big Ben e isso é muito simbólico...
Foi lá que Charles Miller – ex-ferroviário – inventou o futebol – acredita-se que foi em Pa-ra-na-pi-a-ca-ba onde se jogou a primeira partida de futebol do Brasil. E nós pisamos no que pode ser um dos campos de futebol mais antigos do país, embora eu estivesse pouco me lixando porque eu não gosto de futebol mesmo e, ademais, com aquele FOG maldito dos infernos a gente não conseguia ver o campo, nem a trave, nem mesmo eu acredito que se consiga assistir uma partida ali.
Falando no FOG, ele não dá trégua. À medita que o dia cai, o nevoeiro aumenta e não se consegue enxergar mais um palmo a frente do seu nariz nem atrás da sua nuca. Daqui a pouco começa a garoar, aquela chuva que os paulistas chamam de “molhar bobo”. Você começa a ficar deprimida e achar que tem alguma coisa errada com a cidade.
Ei! Você começa a achar que aquilo só pode ser uma estratégia de marketing muito bem bolada. Alguém tem uma grande e potente máquina de fazer FOG LONDRINO eterno, que eles ligam todo dia quando começam a chegar os ônibus de turismo do ABC Paulista. Às 4 da tarde, eles ligam o botão no máximo. A gente saiu antes, mas eu aposto que às 18h30 eles desligam tudo e os moradores podem, finalmente, secar a roupa que fica o dia todo no varal tomando neblina e garoa.
A cidadela tem muito mais. Tem ruínas (meo deos, como eu adoro ruínas!), tem museuzinhos singelos cheirando a mofo e umidade, tem trilhas, tem casas e mais casas antigas, caindo aos pedaços, singelíssimas, singelésimas, decadentes (deos sabe como eu adoro a decadência de uma cidadela do interior) e malassombração.
É um dos lugarzinhos no meio do nada mais encantadores que eu já conheci.
Voltamos pra São Paulo depois de muita caminhada, muita risada, quatro cervejas e uma porção de linguiça num bar-atelier coisamaisquerida, felizes, pelo engarrafamento da Anchieta, ouvindo obscuros sucessos de gente como Gretchen e Gilliard, só pra ficar na letra G.
“Rock do bom ou quem sabe jazz, som sobre som, bem mais, bem mais...
O que sai de mim vem do prazer de querer sentir o que eu não posso ter
O que faz de mim ser o que sou é gostar de ir por onde, ninguém for...” (Biafra)
...
Sigo em Sampa até domingo. Muito trabalho na feira de decoração, design, descolex.
...
* o título desse post é uma referência a um jingle de um comercial ANTIGO de um brinquedo ANTIGO da Estrela – chamado Big Trem – cuja letra, cantada na melodia de “Trem das 11”, eu e Cláudio sabemos to-di-nha, o que comprova que nosso cérebro é mesmo um poço sem fundo de inutilidade
# . por Joelma Terto . 1 Comentários