sexta-feira, setembro 30, 2005

mainstream

Eu tinha uma birra com a Cachorro Grande. Talvez pela lembrança embaçada de um show deles, lá no comecinho da banda, no finado Subjazz, em que eles quebraram TUDO TUDO TUDO. Selvageria total. Talvez pelas roupinhas vintage. Negócio é que eu comecei simpatizando (acho legal "Debaixo do meu chapéu") e depois desandou. Enquanto o 77, até onde eu reparei, curte a banda, eu andava torcendo o nariz.

Mas não é que ontem, vendo a performance dos caras no VMB, eu gostei? O 77, claro, me acha uma vendida. De qualquer forma, eu acho muito legal ver esses caras na MTV e sendo conhecidos pelo resto do país. Porque eles tocam pra caralho e é tri rock n' roll nesses tempos de RPMs22 (sic!) e Detonautas da vida. E tem o Gross, né?

Gostando ou não.

É.

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quinta-feira, setembro 29, 2005

bãink

Se você mora em Porto Alegre sabe quão lindo e quente está o dia lá fora.

Aqui dentro, morro de tédio.

Blé.

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segunda-feira, setembro 26, 2005

serviço de texto em casa

É hoje, em Floripa, o lançamento do livro do querido Fábio Brüggemann. "Isto não é notícia - escritos de jornal" também será lançado aqui em Porto Alegre, mas só no dia 29 de outubro, com sessão de autógrafos na Feira do Livro.

Nós gostaríamos muito de ir à Ilha de novo, ainda mais para prestigiar esse amigo e ainda mais porque, afinal, somos (eu&77, Rafa, Drica, Back) citados, pois inclui a sua invenção de Porto Alegre. Mas não vai dar...

Pra dar um gostinho do que é o texto do Fábio, taí embaixo o tal texto, lindo texto, já postado aqui em setembro do ano passado. Os grifos são meus e, como disse daquela vez, os amigos também.


FUNDAÇÃO DO PORTO ALEGRE
por Fábio Brüggemann

Volto ao sul e inauguro uma cidade. Passo por pilastras, lagoas que parecem mar, cabeças quietas de gado e planícies para chegar à beira de um rio. A ele dou o nome de Guaíba, acrescento-lhe um estuário, completo com navios e galpões, para depois batizar a cidade a sua volta com o nome Porto Alegre.

É uma cidade isolada, provinciana, um pouco decadente, mas, fazendo justiça ao nome, alegre. Às pessoas, atribuo-lhes a tarefa de vender bugigangas na rua da Praia (única onde não há praia, mas a imaginação é assim mesmo). Elas sentam nas calçadas e comem o pão, pedem uma moeda e vendem coisas. Seria este o único sentido da vida nas cidades: comprar e vender coisas? Caminho de doer as pernas, mas há outra função, a um arquiteto imaginário, que não seja a de pisar sobre seu próprio projeto?

Procurei velhos cachimbos, construí uma alfândega na praça homônima, admirei os prédios baixos da cidade baixa, respirei o ar barulhento da Redenção e me redimi, como faz sentido nestes lugares, quando o sol bateu-me à cara.

Ao contrário de deus - que criou, segundo a lenda, antes o homem - invento, primeiro, duas mulheres. Uma tem o nome de Adriana que, em minha língua, significa "aquela que está em todas as cidades". Desconfio, às vezes, que ela é quem me inventa. À outra, dei o nome de Rafa, a primeira a dar-me, com um abraço forte e um sorriso lindo, as chaves da cidade. Subimos o elevador (não há cidades sem eles) e, para não quebrar os rituais deste porto, sorvemos o amargo mate, muito distinto do suco saudável e doce que ela disse ter vendido um dia na Lagoa, onde sonho com ela imagens intraduzíveis.

A cidade tem outros habitantes. Há o Fedrizzi, cujo significado é: aquele que tem por hábito cair dos cavalos; o Sete-sete (ou Tzé, Tzé?) e a Jô, cujos beijos no seu homem me causam inveja. Há os que não tive tempo de nomeá-los, mas usam, quase como o homem de Drummond, óculos e barba e fazem pizzas com vontade de tocar um instrumento. Meus novos cidadãos têm fome e, para saciá-la, sirvo o risoto com os camarões de onde eu vim. De onde mesmo eu vim? Na rua, alguém grita meu nome e diz que venho de uma ilha sem porto. Com eles, a quem os chamo Marco e Loli, com estranhas manias de fazer filmes, contemplamos alegre o poente do rio Guaíba.

Porto Alegre, tão isolada em sua toponímia, precisa de poetas. Dei a um o nome Mário Quintana, que me diz: "Sinto uma dor infinita/ Das ruas de Porto Alegre/ Onde jamais passarei", transformando-se, a seguir, em estátua. Os outros, Ronald Augusto e Pedro Port, recitam versos, debatem coisas impalpáveis e inúteis como a poesia. Ronald (a quem já devo ter inventado em outros lugares) relembra Funes, o borgeano personagem de memória para tudo. Cabia tanto em sua cabeça, que o peso da história o empurrava ao leito. Se nós nos lembramos de qualquer árvore quando ouvimos a palavra árvore, Funes lembrava todas as árvores do mundo, uma a uma, com mínimos nós e seivas.

Se o indivíduo não pode suportar toda a sua trajetória na memória, para que não precise outra vida apenas para contá-la, sobra a ele, como tarefa, guardar um pedaço suportável da história, para depois reparti-lo coletivamente, compondo um mosaico chamado cidadania. O fulano lembrará da batalha dos charrúas, o sicrano do dia em que o primeiro automóvel subiu a recém inaugurada Borges de Medeiros e seus belos arcos, porém sombrios; o beltrano terá como sina contar quantos carecas havia no teatro São Pedro. A vida contada assim talvez seja mais compreensível e menos fragmentada. O conjunto destas memórias torna leve os acúmulos privados - porém seletivos - da memória e evitam o contrangimento deste péssimo hábito das cidades desmemoriadas, que é o de esquecer a todo instante a forma de uma roda.

Naquele porto, para combater a melancolia dos seres que habitam as planícies, o mate é o elo da alegria. A cuia não divide apenas o líquido amargo, mas o naco de história de cada cidadão que o sorve. Na volta, dou carona a um padre de nome Paulo. Ele não suporta os grandes congressos, as reuniões acadêmicas e as falas equivocadas. Porém, não sabe que, de alguma forma, me alegra como a um porto, porque resignifica a palavra amizade nestes tempos sombrios e não muito
alegres.


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sexta-feira, setembro 23, 2005

do céu, do sal, do sol ou céu, sol, sul ou vice-versa

Se vocês forem ver Sal de Prata, filme do Gerbase que estréia hoje, prestem bem atenção na abertura. Como instigou a Aline, nos comentários do post anterior, sim, sim, eu amo muito Porto Alegre, essa cidade linda que escolhi pra morar. E é isso que mostra a abertura do filme, essa cidade linda. Acho que são as imagens mais belas que já vi. Vejam.

Polêmicas à parte, eu também não consigo entender direito como tantos porto-alegrenses falam tão mal da cidade. Alguns que conheço acham que a cidade é muuuuuito provinciana e sonham em morar em São Paulo, a capital do Mundo. Outros, preferem o Rio - que para eles deve funcionar como uma Floripa, só que mais metrópole. Enfins.

(parágrafo adicional, esquecido no meio do caminho)

Mas, friso aqui, tudo é uma questão de ESCOLHAS. Falava com a Milena outro dia. A gente passa sempre pela mesma situação - eu há 6 e ela há 3 anos - das pessoas nos conhecerem e indagarem, muito surpresas: "Mas o que tu veio fazer aqui? Como é que tu me deisa aquela terra linda, cheia de praias pra vir pra cá???". É. Escolhas. Escolhas.

(fecha parêntesis)

Negócio é que eu adoro isso aqui, essa vida boêmia, essa veia cultural - literatura, música, cineminha, artes plásticas. Gosto. Gosto de morar na Cidade Baixa e ficar em casa na sexta à noite, mas ter um boteco aberto na segunda-feira. Gosto da Casa de Cultura, da Redenção, da Feira do Livro, da Primavera, da Usina do Gasômetro, de Ipanema, dos jacarandás, dos cafés. Até do Centro da cidade eu gosto.

O filme? Sim sim, eu gostei mas... eu já provoquei polêmica demais numa semana só. Vão ver.

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domingo, setembro 18, 2005

o binte

Esse gauchismo exagerado me incomoda um tanto. Mas eu decidi que não vou entrar em detalhes sobre o tal orgulho de ser gaúcho, que incomoda mais ainda,mas já foi tão falado em outros blogs.

Vamos falar de Semana Farroupilha. Esse negócio de Semana Farroupilha, de pintar o meio fio de verde-amarelo-vermelho no 20 de setembro. Essa coisa de ligar a TV e ver a mesmíssima matéria requentada sobre as vestimentas do gaúcho, a comida do gaúcho, os hábitos do gaúcho, o já citado orgulho do gaúcho. Afe.

Ao contrário dos outros estados, que comemoram sua emancipação com um dia de feriado e um desfilinho, o gaúcho comemora é a tal da Revolução Farroupilha - coisa que não lembro muito de ter estudado na época do colégio lá nas Alagoas, mas vá. E é o mês inteiro de Acampamento Farroupilha, que culmina com a também já citada Semana Farroupilha. Só festejos, só churrascos, e a gauderiada toda pilchada pra cima e pra baixo, se inflando de orgulho. E a mídia TODA em cima da coisa, inclusive (ou principalmente) muita propaganda sobre. Afe, afe.

Por mais que me esforce, não vou entender.

Esse ano, depois de 6 morando em Porto Alegre, decidi conhecer o Acampamento Farroupilha. Tô pra dizer que voltei sem entender, mais uma vez, o que motiva aquele povo todo pra ir até aquele Parque da Harmonia enfiar os pés na lama e na bosta de cavalo. Sim, aquilo é quase igual à Expointer, no pior sentido.

Ê, bando de grossolão!


Diálogo Farroupilha:

Joelma: Tirando o churrasco, o que essa gauchada toda vem fazer aqui?
77: É a mesma coisa que dizer 'tirando a maconha, o que todo aquele povo vem fazer no acampamento da juventude?'.
Joelma: (num muxoxo resignado) O-quéi.

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sexta-feira, setembro 16, 2005

jobs

Atolada, atolada e meia. Como se não bastasse toda a correria da semana, a pessoa resolve pegar dois frilas. Um no amor e outro just for money mesmo. A pessoa jura que vai dar conta. E tem que dar.

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quarta-feira, setembro 14, 2005

provérbio jojobês do dia

A preguiça mumifica o homem.

eu ando num tédio de vida que vocês nem ousam imaginar...

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domingo, setembro 11, 2005

cenas de um domingão chuvoso, na praia, com os sobrinhos emprestados

Leo, virando cambalhotas no colchão.


Lipão, virando cambalhotas no colchão.


Tia Jo, perdendo a noção e virando cambalhotas no colchão.


Lorenzo e tia Jo, aprontando todas na loja da mamãe.


Tadê o bebê? Atí!


Oi?


Não basta ser tia. Tem que fazer macaquices.
Afe. Cansei!


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sexta-feira, setembro 09, 2005

nameless

Já tem nome a bebezinha do post abaixo.
Valentina ela se chama. Mas mamã Rafa já me autorizou a chamá-la de Lola. :)

É.
Valentina.

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quinta-feira, setembro 08, 2005

setembrina

Interrompemos o feriado de 7 de setembro pra dizer que: NASCEU!

Nasceu a bebezinha da Rafa, LolaValentina, que não tem nome ainda, mas as tias babonas chamam assim, meio que de brincadeirinha, meio que levando a sério.

É linda nossa bebezinha. Cheia de saúde, grandona e gordinha.

baba baby

mamãe, a gordinha, tia Drica, a Pi e a tia Jo


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segunda-feira, setembro 05, 2005

VACA!

Nadine. Fêmea muito precoce, caracterizada pela feminilidade e pelo equilíbrio entre suas aptidões funcionais e os desenvolvimentos muscular e esquelético. Focinho largo, cernelha chata, com costelas arredondadas. Bons aprumos. Bacia longa e larga, dando seqüência a um bom comprimento da linha dorso lombar. Características essas que determinam a facilidade de parto.

Nadine tem sua genética paterna originária na linha francesa fechada, enquanto na materna esta vem cruzada com a americana. Está com parto previsto para 14 de setembro do excepcional Highlander, touro destaque em habilidade maternal, facilidade de parto e desenvolvimento muscular e esquelético.


...

Acabou-se, enfim, a Expointer.

Amanhã tenho uma merecida folga e quarta é feriado.
Voltaremos, em breve, com a programação normal.

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sábado, setembro 03, 2005

vaca de primeira cria, com bezerro mocho ao pé, excelente conformação de carcaça, muito bem caracterizada de extraordinária profundidade e ótima linha superior

- Dúvida 1: vocês sabiam que nesses julgamentos de bovinos há uma categoria chamada "vaca solteira"? Dúvida 2: sou só eu que acha isso tudo muito engraçado?

- Bizarrices. Nem só de vaca e trator se faz uma Expointer. Hoje teve motoca na lama versus cavalo crioulo. O cavalo vence, mas a moto faz mais barulho. E cachorro adestrado tangendo ovelha. Eu achei uó, mas, a julgar pela audiência, o povão adora.

- Falando em povão: depois de uma semana de chuva, primeiro dia de sol leva toda Porto Alegre e região metropolitana pro parque de exposições. Taí uma coisa democrática: da mais perua-tipo-américa às famílias suburbanas, tem de um tudo. O que não consigo entender mesmo é a motivação daquela gente toda. Vocês sabem, o ser humano me assusta. Passei a tarde criando teorias pseudo-antropológicas sobre, mas vou poupá-los disso.

- Por um real: 2 salgadinhos ou 3 cocadas ou 4 maçãs do amor. Com mais 10 centavos, pega o trem e volta pra casa.

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sexta-feira, setembro 02, 2005

mocha com prenhez de mocho preto americano, com ótima habilidade maternal e fertilidade

O que está ruim sempre pode ficar pior. Já diria Murphy.

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quinta-feira, setembro 01, 2005

novilha comprida, muito elegante, garupa larga e com ótimo acabamento

No quinto dia da Expointer muitos animais já vêm demonstrando sinais de estresse. Além de estarem fora de seu ambiente natural, os animais têm que enfrentar a instabilidade do tempo.

Eu nunca me identifiquei tanto com os bichos...

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